Entre memórias e sonhos para o futuro, a 5ª edição do projeto “Educação é da Nossa Conta – Na Estrada” ganhou vida nesta quinta-feira (31) no Colégio Estadual Barros Barreto, em Paripe, Salvador. Representando a União dos Municípios da Bahia (UPB), o Diretor de Educação da entidade e prefeito de Antônio Cardoso, Jocivaldo Bispo dos Anjos, participou da celebração que homenageou os 125 anos de nascimento de Anísio Teixeira — símbolo da defesa da escola pública democrática — e reuniu 203 participantes, entre servidores municipais, equipes técnicas das secretarias de educação, gestores escolares, membros de fóruns municipais e professores. A iniciativa, promovida pelos Tribunais de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA) e dos Municípios (TCM/BA), com o apoio de instituições federais e órgãos da administração estadual.
De acordo com a procuradora-geral do Ministério Público de Contas da Bahia (MPC/BA), Camila Luz, a educação é a maior ferramenta de mobilidade social e deve estar no centro das prioridades do país. “Acreditamos que política pública se faz de maneira próxima, ouvindo as pessoas, entendendo os problemas e enxergando de fato o que a população precisa”, afirmou.
Representando o TCM/BA, o conselheiro Ronaldo Sant’Anna enfatizou o valor da articulação entre o controle externo, interno, social e a transparência pública na gestão educacional dos municípios da Bahia. “No Brasil, nós temos nove milhões de analfabetos com 15 anos ou mais. Portanto, hoje, o Tribunal de Contas dos Municípios, com o alinhamento nacional do sistema de controle externo, vai priorizar uma outra temática inserida no campo educacional, que é a primeira infância. Então, para os próximos quatro anos, aqui vai uma dica para o início da gestão dos municípios, quando forem preparar o seu Plano Plurianual: insiram diretrizes de inserção de políticas públicas para a primeira infância”, salientou Ronaldo Sant’Anna.
Também fazendo um alerta sobre as crianças, o desembargador do TJBA Nilson Castelo Branco fez um pronunciamento pautado no combate à violência doméstica e ao abuso infantil. Ele sugeriu a capacitação de professoras do ensino fundamental para identificar sinais de abuso, ressaltando o papel social que exercem na educação.
“A professora do ensino fundamental pode ser capacitada, sim, para essa função. Ela já tem uma função social. Eu me lembro das minhas professoras, que, naquela época, eram chamadas de professoras primárias, como foram importantes para a minha vida e para a minha formação. A escola pública me ensinou a ter uma educação interétnica, a lidar com o outro de forma igual e de forma respeitosa. O governo, o Estado, precisa investir mais na educação. Porque, como referiram os meus antecessores nesta mesa, a educação é revolucionária”, declarou o desembargador.
Idealizadora do projeto, a conselheira do TCE/BA Carolina Matos expressou seu entusiasmo e gratidão pela participação da comunidade escolar do Colégio Estadual Barros Barreto e dos parceiros da iniciativa Educação é da Nossa Conta – Na Estrada, como o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), o Ministério Público do Estado (MPBA), a Defensoria Pública, a Secretaria da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). “Todas as nossas instituições já tinham um histórico relevante de atuação em projetos sociais. A diferença do projeto que estamos vivenciando aqui é a convergência de ações e intenções. É mais uma prova de que a união faz toda a diferença”, afirmou a conselheira.
O auditório do colégio ficou lotado, refletindo o interesse da comunidade escolar e dos participantes em fortalecer a educação por meio do diálogo e da formação. A cerimônia de abertura foi marcada pela emoção e pelo envolvimento do público, que veio não apenas de Salvador, mas também de outros municípios, como Dias D’Ávila, Pojuca, Itaparica e São Sebastião do Passé.
