Flica 2025 promete agitar o Recôncavo com shows, debates e atividades literárias

Evento terá shows, mesas literárias, atividades infantis e debates sobre cultura e ancestralidade

A Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) 2025 começa nesta quinta-feira (23) e se estende até o domingo (26), reunindo literatura, música, arte e manifestações culturais no coração do Recôncavo Baiano. A expectativa é superar os 100 mil visitantes da edição de 2024, consolidando o evento como uma das principais feiras literárias do país.

Nesta edição, o tema central é “Ler é Massa”, e a programação terá mais de dez espaços distribuídos entre praças, ruas e casarões históricos da cidade, incluindo a Tenda Paraguaçu, a Fliquinha e o Geração Flica, cada um com foco específico para diferentes públicos.

Programação literária e cultural diversificada

A Tenda Paraguaçu, principal espaço de mesas literárias, receberá autores baianos, nacionais e internacionais, promovendo debates e troca de experiências. Entre os convidados estão o cantor Russo Passapusso, a jornalista Rita Batista, a pesquisadora Bárbara Carine, o ator e humorista Gregório Duvivier, o escritor palestino Atef Abu Saif e o artista pernambucano Lirinha.

No Geração Flica, voltado ao público jovem, a programação abordará temáticas como identidade, gênero, sexualidade, comunidade LGBTQIAPN+, afrofuturismo e racismo. Estarão presentes a escritora mineira Paula Pimenta, a multiartista soteropolitana NegaFyah e o escritor indígena Ezequiel Vitor Tuxá, da Aldeia Tuxá Kiniopará, em Ibotirama.

A Fliquinha, espaço dedicado ao público infantojuvenil, oferecerá atividades lúdicas como teatro, música, poesia e contação de histórias, com participação de autores de diferentes gerações, incluindo crianças escritoras. Entre os nomes confirmados estão a poetisa Roseana Murray, o jornalista Vanderson Nascimento e a contadora de histórias afro-brasileira Vovó Cici de Oxalá.

Outros espaços incluem:

Casa do Patrimônio: debates sobre preservação cultural do Recôncavo com IPHAN, ICMBio, IPAC e Secretaria de Cultura de Cachoeira.

Palco dos Ritmos e Palco Raízes: apresentações musicais, incluindo Juacy Ypsilone, Éllen Wilson, Ruan Passos, Ana Paula Albuquerque, e o Coral Afro da Bahia com Mateus Aleluia Filho.

Academia Maçônica Cachoeirana de Letras e Artes: rodas de conversa sobre escritas inclusivas.

Feira das Mulheres Negras: exposição e venda de produtos, além de sarau de abertura com o Grupo Batalha do Canhão.

Memorial Anna Nery: oficinas de escrita criativa e projeto de coleta de bonecas pretas.

Espaço Bahia Presente: abertura oficial com Banda de Música Maestro Wanderley da PMBA e Coro Sinfônico da Polícia Militar da Bahia.

Programação da quinta-feira (23)

FLIQUINHA

11h00 – Ananda Luz: “Manifesto Poético: para crescer e ser feliz”

14h00 – Peça teatral “Saudades, João”

14h00 – Bate-papo Nanda Costa e Lan Lanh sobre maternidade e projeto Uki Kerê Ké

15h00 – Conversa com Jaqueline Santana e Terezinha Passos (mediação: Cássia Valle)

16h00 – Ivan Zigg: “Ler é um espetáculo”

 

GERAÇÃO FLICA

10h30 – Mesa “Ler é Massa!” com Russo Passapusso e Rita Batista

14h00 – Mesa “Futuro Ancestral: Juventudes e Decolonialidade” com Eduardo Miranda e Pedro Carvalho

16h00 – Mesa “Entre a prosa e a poesia” com Lucas de Matos, Mariana Paiva e Ezequiel Vitor Tuxá

 

CASA DO PATRIMÔNIO

15h00 – Mesa sobre salvaguarda do patrimônio cultural

 

PALCO DOS RITMOS

20h00 – Juacy Ypsilone e Éllen Wilson

21h30 – Ruan Passos (performance teatral)

 

PALCO RAÍZES

17h00 – Ana Paula Albuquerque: “Tributo aos Tincoãs”

21h30 – Coral Afro da Bahia convida Mateus Aleluia Filho

 

ACADEMIA MAÇÔNICA

15h30 – Roda de conversa sobre “Repertório de Escritas Inclusivas”

 

TENDA PARAGUAÇU

14h00 – Programa Bahia Literária com Maíra Azevedo (Tia Má) e convidados

 

FEIRA DAS MULHERES NEGRAS

09h00–19h00 – Exposição e venda de produtos; sarau de abertura com Grupo Batalha do Canhão

MEMORIAL ANNA NERY

14h00 – Oficina de escrita criativa e projeto “Minha Boneca, Minha História”

 

ESPAÇO BAHIA PRESENTE

11h00 – Abertura oficial com Banda de Música Maestro Wanderley da PMBA

12h00 – Coro Sinfônico da Polícia Militar da Bahia

Estrutura, inclusão e expectativa de público

A prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga, afirmou que a cidade está pronta para receber o público com estrutura reforçada, mobilidade e segurança. O evento oferece acesso gratuito, rampas de acesso, sanitários adaptados e intérpretes de Libras, além de fones de ouvido para tradução simultânea em atividades com autores estrangeiros.

Segundo George Caires, da Schommer Produções, responsável pela organização, a Flica 2025 reforça a importância da leitura como ferramenta de transformação e consolida Cachoeira como referência literária nacional.

O festival tem patrocínio do Governo da Bahia (FazCultura, Secult-BA, Sefaz-BA), da Caixa Econômica Federal, do Governo Federal, e conta com apoio do Projeto Bahia Literária e da Sec-Educação.

Cultura, resistência e ancestralidade

Segundo a prefeita, a Flica é uma celebração da identidade baiana e da cultura afro-brasileira, transformando ruas e praças históricas de Cachoeira em palco de debates, arte e resistência cultural. A cidade é tombada pelo IPHAN desde 1971 e mantém seu conjunto arquitetônico colonial, consolidando-se como um destino cultural de referência no Brasil.

 

Foto: Divulgação/ Flica

Veja mais