UPB participa de seminário do MPBA sobre cobrança pelos serviços de manejo de resíduos sólidos

Diretor da UPB, Reges Aragão, alertou os gestores da responsabilidade fiscal da não cobrança por se tratar de renúncia de receita

A União dos Municípios da Bahia (UPB) esteve representada pelo diretor da entidade e prefeito de Ituberá, Reges Aragão, no seminário “Cobrança pela Prestação dos Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos pelos Municípios na Bahia”. O evento promovido pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), nesta quarta-feira (26) na sede do órgão. em Salvador, destacou a relevância da articulação institucional para enfrentar os desafios do setor. O seminário reforçou a necessidade da cobrança pelos serviços de manejo de resíduos sólidos, prevista na Lei nº 11.445/2007, como condição para viabilizar o encerramento dos lixões, a implantação da coleta seletiva com inclusão socioprodutiva dos catadores, a compostagem de resíduos orgânicos, ações de educação ambiental e o uso de aterros sanitários regularizados.

O Convite para participação da UPB veio do Promotor Augusto Cézar, através do Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente e Urbanismo do MP (CEAMA), que reuniu ainda prefeitos, vereadores, gestores públicos, representantes de órgãos ambientais, estudantes e membros da sociedade civil organizada.

Durante sua fala, Reges Aragão ressaltou que a sustentabilidade financeira do sistema é um desafio real para os municípios e que a cobrança pela tarifa é um passo imprescindível para equilibrar custos e garantir avanços: “É necessário o trabalho em parceria para que a gente possa, além de tratar das questões ambientais, cuidar dos interesses das próximas gerações. Eu tenho certeza que saímos daqui com contribuições relevantes, sobretudo quanto ao custeio de toda a engrenagem do manejo de resíduos sólidos”

O gestor destacou ainda que é de conhecimento da maioria o alto custo da operação é muito caro. “É importante que, para além do impositivo legal, já determinado pela legislação, tenhamos a cobrança, por exemplo, da tarifa, como uma forma justa de que cada cidadão possa dar a sua contrapartida e colaborar com o coletivo. Se não for dessa forma, por mais que exista o empenho do Ministério Público, do Governo do Estado e das entidades, o município não tem condições de fazer a coleta, o transporte, o tratamento e o descarte como deve ser feito”.

Para Reges os gestores devem estar em alerta quanto à contrapartida que é também um marco legal de responsabilidade fiscal dos gestores. “Todos nós, na condição de prefeito ou prefeita, temos a responsabilidade inclusive diante da possibilidade de ser imposta uma suposta renúncia de receita por não cobrar o que deve ser cobrado. Trata-se também de uma responsabilidade social”, ponderou junto aos membros do MP presentes ao evento.

O diretor da UPB destacou ainda que é fundamental pensar no encerramento dos lixões, que ainda é uma realidade em todo o Estado. “O Ministério Público está de parabéns, juntamente com o Tribunal de Contas, por tratar desse tema de forma humanizada, gerando, além de tudo, avanços para toda a sociedade.”

Acordos

A pactuação de soluções ambientais adequadas para disposição final de resíduos sólidos tem sido viabilizada por meio de acordos firmados pelo MPBA com diversos municípios baianos. Desde o último dia 17 de novembro, seis municípios participaram de reuniões com o Centro de Autocomposição e Construção de Consensos (Compor) para dialogar sobre as situações locais: Antônio Cardoso, Cachoeira, Conceição de Feira, Lamarão, São Gonçalo dos Campos e São Félix.

Os acordos, capitaneados pela Promotoria de Justiça Regional de Meio Ambiente de Feira de Santana, preveem a implantação da política de gestão integrada de resíduos sólidos. Eles têm como eixos centrais o encerramento humanizado dos lixões, a destinação adequada de rejeitos e resíduos para aterro sanitário licenciado, a inclusão dos catadores e a recuperação das áreas degradadas.

 

 

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