Turismo rural e seus desafios foram pauta na Arena 3 da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, no terceiro dia do evento, 21 de maio. A convite da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a prefeita de Mucugê e diretora da União dos Municípios da Bahia (UPB), Ana Medrado, apresentou a experiência do seu municípios no desenvolvimento da atividade.
A gestora contou como o turismo rural tem ajudado a desenvolver a economia local incentivando a produtividade de agricultores familiares. Mucugê, que é rota turística em razão das belezas naturais da Chapada Diamantina, agora produz frutas vermelhas em abundância, compotas, chocolate, café, paçocas, e recepciona visitantes com serviços diversos. “Todos os moradores têm emprego, somos a segunda cidade da Bahia com maior número de pessoas com carteira assinada, fruto desse turismo”, afirmou a prefeita.
Ana Medrado também apontou desafios enfrentados pelas comunidades locais para atender às expectativas dos turistas, sobretudo relacionados à infraestrutura. “Não pode acontecer turismo sem estradas. Mucugê é muito visitada, mas o turista não vai aos nossos vizinhos porque não temos boas estradas. Para que o turismo possa crescer precisamos criar esses acessos”, explicou.
O presidente da UPB e prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso também participou do painel e criticou a gestão do turismo na Bahia de 25 anos atrás, que promovia apenas destinos do litoral baiano. “Esqueceu um pouquinho da nossa Chapada Diamantina, que é um potencial enorme”. Cardoso, também anunciou o interesse de ter do primeiro evento da Rede de Turismo Rural da CNM na Bahia. “Nós vamos falar com o nosso presidente Paulo Ziulkoski para ver se a gente inicia pela Bahia, pela Chapada, e aí nós vamos dar o apoio”, reforçou o gestor.
A Rede de Turismo Rural está sendo criada para reunir diferentes atores ligados ao turismo em áreas rurais, como produtores, empresários, guias, artesãos, transportadores e gestores públicos. O presidente da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM) e consultor da CNM, Mário Nascimento, destacou a importância do turismo rural. “Esse tipo de turismo é bem específico e pode, sim, ser uma atividade econômica para beneficiar a economia da região”. Segundo ele, o objetivo dessa rede é integrar e fortalecer toda a cadeia produtiva do turismo no campo, promovendo o desenvolvimento sustentável, a troca de conhecimentos, a melhoria dos serviços e a divulgação dos destinos rurais.
